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Fique a Par:
Para refletir...

Entrevista com Alessandra Andrade - Especial Aniversário do Blog

  • leilalealbarros
  • 8 de mar. de 2016
  • 10 min de leitura

Muitas mulheres sonham em ser mães, mas são tantas as dúvidas, os medos... Parto, zika vírus, criação dos filhos, gastos. Diante de tudo isso, não podemos esquecer que temos um Deus que cuida de nós e provê tudo o que precisamos, um filho antes de nascer no coração de um pai ou de uma mãe, já nasceu no coração de Deus.

Com muita alegria, a entrevista hoje é com a obstetriz, Alessandra Andrade, ela vai esclarecer dúvidas de muitos pais de primeira viagem ou aqueles que estão planejando viver esse momento tão especial.

1. Mulheres estão nesse momento pensando em ter seu primeiro bebê, o que você aconselha as mulheres que querem engravidar? Existe algum tipo de cuidado especial?

Alessandra: Se permita! A maternidade é algo maravilhoso e que mudará sua vida para sempre, mas em um bom aspecto com certeza! Muitas mulheres adiam a gestação, decidem ter filhos somente quando acabar a faculdade, conseguir uma promoção no trabalho e afins, concordo que um planejamento é muito bom e se tudo estiver preparado para a chegada de sua filha ou filho é muito legal, porém não deixe esse sonho postergar demais, pois sempre teremos algo a fazer, a possuir ou precisar de mais, como dinheiro por exemplo.

O cuidado para este momento é mais o planejamento, procure um profissional de confiança (pode ser o médico da família por exemplo) e explique que vocês pretendem engravidar, isto é importante pois você começará a usar ácido fólico, é um medicamento essencial para quem decide ter um bebê, pois previne mal formações e deformidades no bebê no primeiro trimestre e faça alguns exames de rotinas, será melhor ainda se você já possuir uma saúde “em dia”. Os demais, virão conforme a gestação avança (Como alimentação balanceada, exercícios físicos). Converse com seu esposo, veja se este momento é bom para poderem tentar, e claro, ore a Deus e pergunte se esta é a vontade dEle; se for de Sua vontade, um baby muito lindo virá cheio de saúde e fofura para vocês.

2. O momento da descoberta da gravidez é algo maravilhoso, porém junto com esse momento tão especial tem o tão temível parto, que muitas vezes assustam as futuras mamães. Hoje se ouve falar sobre parto cesárea, normal e humanizado, são esses os tipos de parto? Qual a diferença entre eles e os riscos associados?

Alessandra: O Parto não é algo terrível como muitas mulheres ouvem a mãe, a vizinha, a tia falarem, claro, não direi aqui que não a dor envolvida, por que dói, digamos que uma dor um pouco mais forte que uma cólica menstrual, mas não se esquecendo de dizer que, cada pessoa tem um limiar de dor diferente, sendo assim, a dor que sua mãe sentiu, não será necessariamente a sua.

E com medo dessa terrível dor, que logo passa e que traz um bebê lindo para a família, muitas mulheres têm escolhido, sem muitas informações anteriores muita das vezes, a cesárea. Informo que cesárea não é um tipo de parto e sim uma cirurgia que salva vidas quando é bem INDICADA e realmente necessária, se você não tiver uma indicação de cesárea verdadeira e ainda sim optar por ter seu filho de cesárea, você só está se submetendo a um processo cirúrgico (e pode ser perigoso, correndo riscos de infecção hospitalar e afins, como qualquer cirurgia que envolve risco) desnecessário.

Parto só existe um: O parto via vaginal! O que acontece é que conforme o tempo e tecnologia, foram criando outras maneiras para a realização do mesmo. Entenda que o parto normal, natural e fórcipes, todos estes são via vaginal. O parto natural, é aquele em que nenhuma intervenção foi tomada, vale ressaltar que, quando eu falo intervenção, me refiro a procedimentos que possam acelerar o parto ou fazer com que este comece antes do previsto. Ou seja, o parto natural é aquele em que a mulher entra em trabalho de parto sozinha, não recebe ocitocina (conhecido como o sorinho da dor) em nenhum momento do trabalho de parto, e também não recebe e nenhum corte (episiotomia) no parto.

Já o parto normal, teve um ou todos (sim, acredite) os procedimentos acima citados, mas como já disse, ambos bebes nascem de via vaginal. O parto fórcipes é um procedimento médico e é realizado quando o bebê tem dificuldades para descer ou a mulher não tem muita força para empurrá-lo, se o parto deve ser fórceps ou não, é o médico quem decide, a julgar pela situação. São alocados duas pás, conhecidas também como colher, que fixa na cabeça do bebê e o mesmo ajuda ele a descer, é como se ele fosse puxado, claro que mal alocado o fórcipes pode machucar o bebê, e as vezes até deixa pequenas cicatrizes no rostinho do bebê, já que o mesmo prende-se na cabeça.

Os riscos variam de acordo com o tipo de gestação que a mãe teve, se ela não teve anemia, pré-eclampsia entre outros problemas, o parto ocorrerá normalmente, caso contrário, poderá sim ter algum, mas se a equipe estiver preparada, tudo ocorrerá normalmente também, o maior risco associado neste caso e na cesárea (como já citado anteriormente)

3. Sabe-se que existe certa pressão tanto pelos convênios quanto por falta de conhecimento da grávida sobre o parto normal que induz o expressivo número de cesarianas, qual o posicionamento que você aconselha para quem está grávida?

Alessandra: Informação antes de tudo, use os meios que você tem e se informe, o médico (ou enfermeiro) nem sempre é o dono da razão e muita das vezes, os profissionais não querem o melhor para você, ele quer o mais fácil para ele, e como você saberá? Se informando. Hoje a internet e blogs diversos ajudam você saber de muita coisa que poderá ser útil em diversos momentos.

Leia livros, busquem sites confiáveis, faça um pré natal e tire suas dúvidas, sempre procure uma segunda opinião de diversos profissionais (médico, obstetriz, enfermeira obstétrica), isto é de grande valia. E o principal é, não faça nada obrigada, não faça cesárea porque aparentemente seu médico quer, sua sogra quer, ou faça parto normal porque eu convenci você a isso, se convença primeiro de todas as decisões que você tomará, pois é o seu corpo, sua vida e a vida do seu filho(a) que está em jogo, pense qual é a melhor escolha e se ela lhe trará benefícios.

4. Quais os principais cuidados que a mulher precisa ter após o parto?

Alessandra: A sua recuperação será rápida e sadia (no caso do parto normal), você não será provada de fazer algumas atividades, como sentar e andar, mas, cuidado ao se levantar nas primeiras vezes, nunca o faça sozinha e também não muito rápido, isto pode causar hipotensão, peça ajuda, e primeiro sente na cama, dê algum tempinho e ai sim levante-se.

Se alimentar bem, e quando digo bem, é do mesmo jeito e cuidado que fazia na gestação, pois agora o bebê não se alimenta de tudo que você come via “barriga” e sim via leite, tomar muita água, muita mesmo, pois além de se hidratar, ela ajuda a produzir mais leite, continuar tomando sulfato ferroso e curtir o seu bebê o máximo que ela puder, junto de sua família, se sentir bem, e amadas por todos.

E família, cuide bem dessa nova mãe, temos o costume de ir só visitar o bebê, levar coisas pra ele e afins, dê atenção a mãe também, converse com ela, não a esqueça, muita das vezes você é a primeira pessoa que ela viu naquele dia, ela só quer que alguém olhe o bebê enquanto ela toma um banho rápido … a rotina das mães mudam MUITO nessa fase, os hormônios estão uma bagunça... muitas entram em depressão pós-parto (sim, isso existe e não é coisa da cabeça delas) por conta desse abandono da família e amigos, que só focam no bebê.

5. Qual o tempo aproximado de duração de um parto?

Alessandra: Varia de mulher para mulher, se é primeira, segunda gestação (quanto maior o número, tende-se a ser mais rápido) e outros fatores como, caminhar, ficar na bola, chuveiro (água quente além de aliviar as dores, acelera em muitos casos) ajudam a ser menos demorado.

Mas em média, o trabalho de parto dura cerca de 12 a 14 horas. Do momento em que o trabalho de parto entra na fase ativa (quando a mulher tem 3 contrações em 10 minutos, com uma duração prolongada) é normal que o parto vaginal de uma mulher que está tendo seu primeiro filho demore cerca de 15 horas, mas esse tempo pode variar muito (como já citado)

6. Quais os tipos de anestesia?

Alessandra: Os tipos de anestesia mais comuns para parto são a peridural e a raquidiana, em que a mãe só fica insensível à dor do peito para baixo e permanece perfeitamente consciente durante todo o processo; seja cesariana ou parto vaginal. O anestesista é o responsável por essa medicação. Ambas são aquelas injeções em agulhas grossas que são dadas nas costas, na lombar.

Existe uma diferença entre as duas: A raqui normalmente é utilizada em cesárea, pois ela suprime todos os movimentos do peito para baixo da mulher e não só a dor, já a peridural pode ser usada no parto normal, a mesma só aliviará a dor, enquanto a mulher continua sentido as pernas, podendo caminhar e etc (dependendo da dose administrada). Na maioria dos hospitais, antes de se aplicar nas mulheres, tentamos métodos não farmacológicos primeiro, para evitar o uso de medicação desnecessária.

7. Sobre a amamentação, algumas mulheres têm muita dificuldade para amamentar, seja por falta de leite ou por sangramento nos mamilos. Existe algo para evitar esse sofrimento? Quanto ao leite, existe algo que favoreça a produção de leite?

Alessandra: Para não ter nenhum desses problemas, o bebê precisa ter uma ótima pega. Pega é o jeito que o bebê mamará, se ele sugar o leite de forma errada, o mamilo terá feridas e pode até sangrar, então, logo que nascer tenha PACIÊNCIA, muitos bebês pegam a pega certinha logo de primeira, outros não, eles nunca mamaram antes lembra? É a primeira vez para ambos, mas de mamada em mamada ele se acostuma e ai é só alegria.

A pega perfeita é quando o bebê faz a boca de peixinho, quando ele sugar, ele não pode somente pôr a boca no mamilo e sim na aureola toda (a parte marrom do seio deve estar coberta pela boca do bebê) e os lábios, igual aquela boca de peixinho.

Quanto mais água você tomar e o bebê mamar, fazer o estímulo de sucção, você ira produzir leite.

8. Ainda sobre amamentação, qual o tempo ideal para amamentar o bebê?

Alessandra: A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o tempo mínimo é de seis meses de aleitamento materno EXCLUSIVO, só o seu leite e nada mais (nada de água, chá, mel, papinha e afins). Após seis meses é recomendado introduzir novos alimentos em CONJUNTO com o leite materno, o bebê precisa praticar a mastigação e provar novos sabores.

Tempo máximo é não posto para ninguém, mas recomendo que o seu bebê decida quando ele não quer mais o seu leite. Fica difícil amentar após seis meses porque muitas mães voltam as suas rotinas diárias, alguns bebês vão para o berçário, mas reserve o seu leite e ofereça em copinho para ele sempre que possível, a casos de bebês que mamam até um ano e depois não querem mais, outros vão mais além, eu já conheci uma mãe que sua filha de 4 anos ainda mamava quando ela estava em casa. Deixe ele decidir, o leite NUNCA fará mal, sempre será bem-vindo na alimentação dele, protegendo-o (a) de doenças e afins e enquanto houver o estímulo dele (a sucção) você produzirá leite.

Lembrando que a amamentação não deve ter horários rígidos, devemos seguir a livre demanda, quando o bebê quiser, ele deve ser alimentado.

9. Após o parto, surge o medo quanto aos primeiros cuidados do bebê. Já ouvi relatos de muitas mães sobre o medo de dormir e o bebê engasgar, sufocar e isso não ser observado por elas, sabe-se que os bebês têm uma posição ideal para dormir, a fim de evitar esse tipo de situação, qual é a posição correta?

Alessandra: Existe um temor muito grande do bebê engasgar e acontecer a “síndrome da morte súbita”, sendo assim a OMS recomenda que eles devem dormir de barriga pra cima, porque os estudos mostram que assim tem menos chance de acontecer quaisquer intercorrências.

Além da posição do bebê, outras recomendações são: não agasalhar demais o bebê e deixar o quarto com temperatura de +- 22 graus; se for cobrir o bebê, deixar os braços para fora do lençol; deixar o berço livre, sem objetos que possam sufocar ou machucar o bebê e o colchão do berço deve ser firme e não tão macio. Seguindo essas dicas, a gente pode evitar que acidentes aconteçam!

10. Atualmente vivemos em um cenário onde a mulher está deixando para ter filho cada vez mais tarde. Até que idade é favorável ter filhos?

Alessandra: A mulher hoje em dia “se torna moça” mais cedo do que no tempo das nossas avós. Estudos mostram que quanto mais contato com um ambiente “cidade grande” de uma metrópole como São Paulo por exemplo, a mulher, que até então é uma menina, terá um estímulo maior e logo terá a sua menarca (primeira menstruação) mais cedo. Sabemos que, quando isto acontece, logo a mulher já pode gerar uma vida, claro que uma menina de nove, dez anos ainda não será mãe, mas se a menarca veio mais cedo, possivelmente ela irá mais cedo.

A idade fértil da mulher varia muito, mas é notório que depois dos 35 anos, já fica um pouco mais complicado de se engravidar, a produção de óvulos diminuem, logo, a possibilidade também vai caindo, após os 35 anos o risco de gerar um bebê com Síndrome de Down e outros problemas aumenta relativamente.

Quanto mais tarde a mulher decide engravidar, mais difícil fica o processo para ela, então, como já citado nesta entrevista, não postergue muito e planeje o melhor período para vocês.

11. Para encerrarmos, peço que deixe uma mensagem de Deus para as mulheres que estão grávidas.

Alessandra: Vocês são abençoadas e escolhidas por Deus para viver este momento tão lindo e gostoso na vida da mulher e de sua família! Temos esta possibilidade única, de dar a luz! Que maravilhoso é vivenciar este milagre da vida, já pensou nisso?!

Que vocês tenham força, saúde e disposição para esta nova etapa e que seus filhos possam conhecer Este artista tão perfeito e detalhista, ao qual nos deu a vida. Que vocês possam curtir muito esta fase e aproveitar todas as outras que ainda virão!

Que o Eterno as abençoem e que lhe uma boa hora para o nascimento!

Romanos 11:36

Alessandra Andrade

Obstetriz

Graduada em Obstetrícia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP)

las.andrade@live.com (contato)

Quero agradecer de todo o coração a participção da Alessandra ou Leka (como costumamos chamá-la), que Deus a abençoe imensamente por expressar seu conhecimento com tanto amor, carinho e dedicação.

Não se esqueça de curtir e compartilhar para que mais pessoas sejam abençoadas com essa entrevista, basta clicar na palavra share.

Deus te abençoe e para todas as mulheres, um feliz dia interncional das mulheres!

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Helena Tannure

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